Ciente das lutas diárias travadas pelos cuidadores informais, a Sensicare convidou a Associação Nacional de Cuidadores Informais a falar-nos sobre as principais dificuldades e necessidades destas centenas de milhares de pessoas que, todos os dias, dão mais um pouco de si a familiares ou amigos.
Conheça o percurso desta entidade e o que já foi feito, nomeadamente junto do governo, para que o estatuto seja aprovado.
"O Cuidador é toda a pessoa que assume como função a assistência a uma outra pessoa que, por razões tipologicamente diferenciadas, foi atingida por uma incapacidade, de grau variável, que não lhe permite cumprir, sem ajuda de outro(s), todos os actos necessários à sua existência, enquanto ser humano"
(Oliveira et al., 2007)
Ser Cuidador Informal implica uma significativa sobrecarga a nível físico, psíquico, social e financeiro. De um conjunto de cuidadores e ex-cuidadores de familiares com demências, surgiu um movimento nacional que veio dar origem a esta associação.
Somos filhos/as, esposas/maridos, netos/as, irmãos/irmãs, pais/mães, amigos/as de pacientes com as mais diversas patologias.
Temos um lema: cuidar com amor, qualidade e conhecimento.
Para tal, queremos divulgar o papel do cuidador informal junto das populações e do Governo.
Queremos um Estatuto do Cuidador Informal! Queremos fazer chegar a todo o País conhecimento e apoio, para que não se sintam tão sós!
A petição
Em outubro de 2016 foi entregue na Assembleia da República uma petição, com cerca de 14 000 assinaturas, a solicitar alguns direitos para os cuidadores de doentes com doença de Alzheimer e demências similares.
Desde essa data, já foram apresentados diversos projectos-lei e projectos de resolução pelos partidos com assento parlamentar. Já foram ouvidas as mais diversas entidades nomeadas pelos partidos para se pronunciarem sobre a legislação a criar e, nesta fase - em janeiro de 2019 -, ainda se continua a aguardar que seja discutida na especialidade a legislação que irá criar o estatuto do cuidador informal.
As necessidades
Entre outras coisas, precisamos de apoio médico e psicológico para quem cuida, além de capacitação para os cuidadores de idosos e pessoas com demência, reconhecimento da carreira contributiva para os cuidadores a tempo inteiro e sem possibilidade de trabalhar, apoio financeiro na forma de subsídio a ser atribuído ao cuidador a tempo inteiro.
Com mais de 800 mil cuidadores informais num país com cada vez mais casos de demência e pessoas idosas, é da maior importância que se reconheça o papel daqueles que cuidam, sem direitos, apoios ou remuneração, muitos dos quais no limiar da pobreza, sem condições para cuidarem de si próprios.
Este post foi escrito pela Associação Nacional de Cuidadores Informais e editado apenas por motivos de clareza. Conheça mais sobre a associação aqui: