Este sábado assinala-se o Dia Mundial da Osteoporose, uma doença que se caracteriza pela perda de massa óssea e deterioração da estrutura do osso, o que faz aumentar o risco de fratura. Através dos diagnósticos adequados, a definição assenta na quantificação da densidade mineral dos ossos.
As mulheres são mais afetadas do que os homens, principalmente no período pós-menopáusico. Os idosos são também frequentemente acometidos pela doença, que já foi considerada um problema de saúde pública. Devido à sua grande prevalência, as consequências para a saúde têm grande impacto; existe uma menor qualidade de vida e os custos económicos e sociais são elevados.
Qualquer impacto, mesmo que de baixa energia, pode conduzir a uma fratura osteoporótica. A maioria das vezes, a queda dos idosos ocorre no mesmo plano – mas tal é suficiente para partir um osso. Normalmente, no caso de fratura das vértebras, os traumatismos não são evidentes.
Só no nosso país, estima-se que haja cerca de 500 mil pessoas que sofrem de osteoporose.
O que provoca a doença?
Mesmo sendo mais frequente em mulheres após a menopausa e em todos os indivíduos com mais de 65 anos, existem fatores de risco associados à osteoporose e que aumentam a sua possibilidade de ocorrência.
Estilo de vida pouco saudável é um dos fatores, mas pode ser alterado; já outros, não são passíveis de alterações. Entre eles estão:
- Ser mulher;
- Ter mais de 65 anos;
- Ser de raça caucásica ou asiática;
- Ter um historial familiar de fratura;
- Ser de baixa estatura;
- Ser excessivamente magro.
O que se pode alterar, e assim prevenir a doença, é;
- uma dieta pobre em cálcio;
- consumo excessivo de álcool;
- consumo de tabaco;
- vida sedentária;
- algumas doenças (por exemplo. hipertiroidismo);
- consumo de fármacos (por exemplo. cortisona),
- imobilização prolongada;
- menopausa precoce.
Quais são os sintomas?
Geralmente, a doença manifesta-se através da ocorrência de fraturas com pequenos traumatismos (principalmente nas vértebras, ancas e punho). No entanto, os sintomas da osteoporose apenas surgem quando esta já está muito avançada. Assim, um diagnóstico precoce é fundamental para que se possa impedir a progressão.
Aparecimento de alterações no corpo, tais como perda de altura de mais de 2,5 centímetros ou o aparecimento de corcunda e ombros descaídos para a frente – ficando a cintura mais larga e o abdómen mais proeminente – são alguns dos sinais a que deve estar atento. Dores nas costas, repentinas, intensas e sem explicação, também são alertas.
Como é feito o diagnóstico?
Todas as mulheres, após a menopausa, e todos os homens, com mais de 50 anos, devem ser questionados pelo médico relativamente à existência de fatores de risco para a osteoporose. O exame clínico é fundamental e é através dele que se encontram os sinais que possam levar a um diagnóstico precoce – existindo causas de osteoporose secundária ou fraturas das vértebras.
Um exame de densitometria óssea é o mais importante para a avaliação, pois permite identificar a densidade do osso – algo diretamente relacionado com a massa óssea. Esta é uma análise sem dor e rápida, que utiliza a radiação numa dose altamente inferior do que aquela usada numa radiografia ao tórax, por exemplo, além de ser muito fiável.
Mulheres com mais de 65 anos e homens com mais de 70, ou ambos os sexos com mais de 50, devem fazer este exame caso tenham outros fatores de risco associados.
Confirmando-se o diagnóstico da doença, é importante haver uma avaliação de laboratório que identifique as causas mais frequentes de osteoporose secundária ou outros motivos para as fraturas, além de uma radiografia à coluna dorsal e lombar para verificar se existe deformação vertebral.
Qual é o tratamento?
O tratamento para a osteoporose é feito através de medicamentos que aumentam a massa óssea, analgésicos e suplementos de cálcio e vitamina D.
Os fármacos que aumentam a massa dos ossos (ou a quantidade de osso) são os mais importantes, pois reduzem o risco de fratura. Existem vários medicamentos que atuam nesse sentido, sendo que o médico deve decidir qual o mais adequado a cada paciente. Alguns dos comprimidos atrasam a perda da massa e outros aumentam a sua formação.
Já os suplementos são muito úteis no caso de pacientes cuja alimentação não contém a quantidade de cálcio necessária. Podem ser em comprimido, pastilhas para mastigar ou até pó para dissolver em água, e devem ser tomados após uma refeição.
Se o doente tiver cálculos renais, é fulcral que beba muita água para evitar outros problemas de saúde.
Como se previne a osteoporose?
Para manter bons níveis de massa óssea é importante identificar e corrigir fatores de risco de forma precoce, sobretudo aqueles relacionados com o tipo de vida, hábitos alimentares e atividade física.
Assim, deve:
- ter uma alimentação equilibrada e saudável, capaz de assegurar as necessidades de cálcio e vitamina D, bem como manter o consumo de proteínas adequado; evitar consumo em excesso de cafeína e álcool.
- Evitar o tabaco;
- Praticar e incentivar o exercício físico ao longo de toda a vida, sendo importante medir o impacto de certos exercícios;
- Nos idosos com maior risco de queda, devem ser preparados exercícios adaptados e com mais prevalência na marcha, para fortalecer os músculos, postura e equilíbrio.
Fontes
Cuf
Associação Nacional contra a Osteoporose
Sociedade Portuguesa de Osteoporose e Doenças Osseas Metabólicas
Sociedade Portuguesa de Reumatologia
Viviana Tavares e col., Recomendações para o Diagnóstico e Terapêutica da Osteoporose, Acta Reum Port. 2007;32:49-59
Instituto Português de Reumatologia
National Osteoporosis Foundation, 2012