Deficiências motoras: 7 obstáculos comuns e soluções

Deficiências motoras: 7 obstáculos comuns e soluções

Pessoas com deficiências motoras enfrentam barreiras diárias que limitam a sua autonomia, exigindo mais acessibilidade e inclusão na sociedade.

No mundo que se almeja cada vez mais inclusivo, em pleno século XXI, as pessoas com deficiências motoras continuam a enfrentar obstáculos diários que limitam a sua autonomia e participação ativa na sociedade, comprometendo, assim, a sua qualidade de vida.

Sem desprimor pelos progressos nas políticas públicas e pela crescente sensibilização social, persistem ainda barreiras físicas, sociais e comunicacionais que limitam o quotidiano das pessoas com deficiência física.

As deficiências motoras, que afetam a mobilidade e a funcionalidade do corpo, manifestam-se de diversas formas. Estas limitações, frequentemente agravadas pela falta de adaptação do espaço público e privado, evidenciam uma necessidade urgente de garantir o cumprimento das leis relativas à acessibilidade, que é fundamental para o pleno exercício da cidadania e de uma sociedade verdadeiramente inclusiva.

O Estado e a sociedade devem assumir um papel exemplar na criação de espaços que permitam superar as barreiras enfrentadas pelas pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida, sejam estas limitações permanentes ou temporárias, como no caso de idosos, grávidas ou em recuperação de lesões.

Neste caso concreto, serão abordados os principais obstáculos enfrentados pelas pessoas que usam cadeira de rodas.

7 obstáculos enfrentados por quem utiliza cadeira de rodas

1. Desafios no acesso aos transportes públicos

Nos grandes centros urbanos, os transportes públicos têm melhorado em acessibilidade, mas nas zonas periféricas as pessoas com deficiências motoras ainda enfrentam grandes desafios. A escassez de transporte adaptado compromete a sua autonomia e inclusão social. Isto limita o acesso a serviços essenciais e a participação ativa na vida comunitária.

2. Problemas da segurança nas vias públicas

A circulação nas vias públicas é um dos maiores desafios para as pessoas com deficiência física. A falta de passeios adequados, rampas de acesso e a presença de muito trânsito dificultam a mobilidade, especialmente para quem depende de cadeira de rodas. A ausência de infraestruturas adequadas compromete a segurança e a liberdade de circulação.

3. Dificuldades de acesso às caixas do multibanco

As caixas automáticas de multibanco são frequentemente um obstáculo para as pessoas com deficiência física, dado que muitas não são acessíveis para quem usa cadeira de rodas. A falta de adaptações torna transações bancárias, que deveriam ser simples, num processo complexo. Isso limita a independência das pessoas com deficiências motoras em atividades quotidianas.

4. Barreiras de acessibilidade em restaurantes e hotéis

Embora alguns restaurantes e hotéis tenham feito progressos, muitos ainda não são totalmente acessíveis. A falta de adaptações, como rampas, elevadores e casas de banho adequadas, impede que as pessoas com deficiência física usufruam plenamente desses espaços. As pessoas deslocam-se a estes espaços para momentos de lazer, sem se preocuparem com barreiras.

5. Deslocação sem barreiras na habitação

A habitação deveria ser um local onde a deslocação não fosse um problema, mas em muitos edifícios antigos a falta de rampas e elevadores ainda dificulta a mobilidade. A adaptação do interior da casa também representa uma dificuldade, reduzindo o conforto e a segurança das pessoas com deficiências motoras. Esta realidade compromete a sua autonomia, diminui a sua socialização e afeta a qualidade de vida.

6. Obstáculos no mercado de trabalho

Apesar de algumas exceções, a maioria dos locais de trabalho ainda não está adaptada às necessidades de pessoas com deficiência física. A discriminação e a falta de acessibilidade nos espaços de trabalho continuam a ser problemas significativos, que impedem as pessoas com deficiências motoras de exercer as suas funções e alcançar a independência económica, bem como limitam a sua integração social.

7. Dificuldades de acesso nos supermercados

Embora alguns supermercados já tenham feito melhorias, muitos ainda apresentam obstáculos, como corredores estreitos e prateleiras de difícil acesso para pessoas com deficiências motoras. A falta de carrinhos adaptados também dificulta as compras, prejudicando a autonomia das pessoas com deficiência física. A falta de igualdade de acesso como na compra de bens essenciais, leva a que se sintam privadas de direitos fundamentais.



É fundamental que as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiências motoras sejam devidamente comunicadas às entidades competentes, de modo a garantir o cumprimento efetivo das leis relacionadas com a acessibilidade.

Além das entidades privadas, cujos obstáculos devem ser reportados diretamente aos responsáveis pelos respetivos espaços, qualquer cidadão pode – e deve – recorrer a organismos públicos como a câmara municipal, a junta de freguesia, o Instituto Nacional para a Reabilitação (INR), o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), o Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP), o Portal da Queixa, entre outros.

Só através de uma comunicação clara e objetiva de casos concretos que limitam o quotidiano das pessoas com deficiências motoras, acompanhada de uma insistência persistente na sua resolução, será possível continuar a construir uma sociedade mais justa, inclusiva e verdadeiramente acessível para todos.

A construção de um futuro mais igualitário para quem tem deficiência física é uma responsabilidade coletiva.


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