Senhora com Incontinência Urinária

Há tratamento para a Incontinência Urinária? [+ estudo]

A incontinência urinária é um problema comum, que pode ser constrangedor para quem sofre desta condição. Saiba mais sobre o seu tratamento.

A incontinência urinária é a perda involuntária de urina - um problema comum, e que pode ser muito constrangedor para quem sofre desta condição. Embora a incontinência possa afetar pessoas de todas as idades, torna-se mais frequente com o envelhecimento, causando desconforto e afetando a qualidade de vida dos idosos. Além dos desafios à higiene pessoal, a incontinência pode inibir a socialização e até conduzir a estados depressivos. Felizmente, há vários tratamentos para a incontinência urinária disponíveis, e a ciência continua a investigar novas soluções, incluindo através do uso de células estaminais.

 

Quais são os tipos de incontinência urinária?

  • Incontinência de esforço

Uma das formas mais comuns de incontinência, a incontinência de esforço ocorre na terceira idade com o enfraquecimento dos músculos pélvicos, responsáveis por reter a urina. Ações simples como tossir, rir ou levantar objetos mais pesados podem resultar na perda involuntária de urina.

  • Incontinência de urgência

Com diferentes causas, neste tipo de incontinência há uma vontade súbita de urinar, tão forte que o paciente não consegue chegar à casa de banho a tempo. A quantidade de urina até pode ser pequena, mas a sensação de urgência é desproporcional.

  • Incontinência urinária por transbordo

Acontece quando o paciente não consegue esvaziar completamente a bexiga, provocando depois fugas constantes de pequenas quantidades de urina.

  • Incontinência urinária funcional

É uma forma de incontinência associada às limitações físicas da idade avançada, não necessariamente relacionada com o sistema urinário. Apesar de ter consciência de que precisa de ir à casa de banho, a pessoa afetada não consegue chegar a tempo por causa da sua incapacidade física generalizada (problemas de mobilidade, por exemplo).

 

Tratamentos e Cuidados para a Incontinência Urinária

Existem várias abordagens para o tratamento da incontinência que permitem reduzir o impacto da condição e preservar a qualidade de vida.

  • Técnicas comportamentais: passam por mudanças no estilo de vida, programando idas regulares à casa de banho (mesmo sem sentir necessidade) para prevenir acidentes, ajustando a alimentação para aumentar o consumo de fibras, evitando a cafeína e o álcool e aumentando a atividade física
  • Cinesioterapia: foca-se em exercícios simples, também conhecidos como exercícios de Kegel e que podem ser feitos com um fisioterapeuta, para fortalecer os músculos pélvicos e prevenir a incontinência de esforço
  • Estimulação elétrica: consiste em eletroterapia focada nos músculos que retêm a urina ou nos nervos que controlam a função da bexiga
  • Cirurgia: as intervenções cirúrgicas podem ajudar a resolver o problema, embora estejam normalmente reservadas para os casos em que os tratamentos anteriores não sejam eficazes
  • Absorventes e resguardos: também nos casos em que o problema for de difícil resolução, os absorventes são uma solução comum para ajudar a minimizar o desconforto e o mau odor.

A melhor solução terapêutica dependerá sempre do tipo de incontinência e do perfil individual do paciente, pelo que o ponto de partida é a consulta de um médico especialista.

 

Células Estaminais e Tratamentos Futuros

Apesar dos avanços nos tratamentos tradicionais, a ciência continua a procurar novas soluções, e o uso de células estaminais é uma das vias mais promissoras. Esta tecnologia tem o potencial de revolucionar o tratamento da incontinência, especialmente nos casos de incontinência de esforço.

Investigadores da Universidade de São Paulo e do Hospital Israelita Albert Einstein, no Brasil, têm estudado a aplicação de células estaminais para reconstruir os músculos da região pélvica e da uretra. Estas células, extraídas da medula óssea ou de outros músculos do corpo e exigindo um processo de recolha e preparação que pode levar até 4 semanas, têm uma capacidade única de regeneração.

Os primeiros resultados do estudo foram promissores: uma participante, de 58 anos, relatou melhorias significativas após três meses de acompanhamento, com uma redução nas perdas involuntárias de urina. A terapia procura regenerar o colagénio, a musculatura e os vasos da região uretral, aumentando assim a pressão e reduzindo a incontinência. 

Os especialistas estão, contudo, cautelosos, lembrando que há muito caminho a percorrer até que esta terapia possa ser uma solução generalizada. A investigação com células estaminais ainda dá os seus primeiros passos, e é preciso perceber quais os tecidos que oferecem melhores resultados na reconstrução da uretra, e que complicações e efeitos secundários podem resultar desta abordagem inovadora. Sendo uma tecnologia de ponta e de uso restrito, o custo elevado também pode ser um obstáculo.

Apesar dos desafios, a terapia com células estaminais é uma nova esperança para milhões de pessoas em todo o mundo que sofrem de incontinência urinária. Se os resultados continuarem a ser positivos, esta técnica pode vir a ser uma alternativa viável às cirurgias invasivas e aos tratamentos atuais, especialmente nos casos mais graves.

Combinando tratamentos tradicionais com inovações como o uso de células estaminais, o futuro parece promissor para as pessoas que vivem com incontinência urinária. Embora ainda haja um longo caminho a percorrer, os avanços na ciência oferecem esperança de uma melhor qualidade de vida.

 

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2018/09/cientistas-de-sp-testam-celulas-tronco-para-tratar-incontinencia-urinaria.shtml

 

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